domingo, 13 de janeiro de 2008

° 'O Ser' e não 'O Optar' °

Um relacionamento saudável é aquele onde existe amor, cumplicidade e respeito.
Outros temperos podem ser adicionados, cada qual o faz a seu gosto. Alguns preferem mais paixão do que amor, uma pitada de ciúmes, um pouquinho de briga... cada um tem o que planta e cultiva, ou dando seqüência ao meu primeiro pensamento:

Comeremos o que cozinhamos

Esta é minha opinião. Vale lembrar que tudo aqui é ‘Minha Opinião’, o que eu acho, como seu penso. Nada é imutável, tudo se transforma.
Eu tenho o amor, a cumplicidade e o respeito por alicerces. Não sou perfeita!
É fundamental que as partes envolvidas se gostem e queiram fazer ‘aquilo’ dar certo.

Não sei o porquê, mas nesta semana eu tenho pensado muito, mas muito mesmo nas relações homossexuais. Em uma conversa com uma amiga virtual, via Messenger, tocamos no assunto de assumir pra sociedade sua opção sexual.

No fundo não existe o termo “Opção Sexual”. Pense bem: se existisse a tal opção, e como eu posso e mudo de opção como renovo o ar em meus pulmões, hoje eu poderia ser hetero, amanhã homo, semana que vem bissexual... Depois eu optaria pelo celibato de dois dias... Isto sim é um clássico exemplo de opção.
Os considerados ‘normais’ devem (é uma obrigação) entender que se uma menina gosta de meninas não é porque ela optou, mas sim porque ela veio assim, nasceu assim. Da mesma forma que eu gosto de meninos, é o que me atrai, e não o que eu escolho pra me atrair.

Ano passado, 2007, tive o imenso prazer de conhecer 4 amigas homossexuais. Escrevo que senti prazer pois pude rever meus conceitos, ou melhor, meus preconceitos. Eu até brinquei que eu sou um ‘Pára-raios’ de meninas que gostam de meninas. Todas me deixaram loucas quando começaram com o ‘eu tenho uma coisa pra te contar’, me fizeram pensar inúmeras besteiras, pra só depois me contar.
Na verdade, todas temiam a minha reação, o que eu pensava sobre isso...

Eu não vejo nada de errado que ‘Ane’ namore ‘Beatriz’, assim como o ‘Paulo’ namora o ‘Marcos’. Eles só se amam, que mal tem em amar?
Eles se sentem atraídos, se gostam, se respeitam... Que mal tem em querer ficar junto? Namorar? Casar?
Não são opções deles, mas a vida deles é assim.

Se o alicerce de um relacionamento estiver presente na união, eu apoio. O importante nesta vida é ser amado e feliz!!

Descobrir que é diferente da maioria é difícil. Temos que lutar, dentro de nós mesmos, com tudo o que aprendemos ser o correto. Vem o martírio, a infelicidade, as dúvidas, os porquês? Não é tarefa fácil, este tipo de amadurecimento é árduo.

Depois temos que achar o nosso meio, a nossa ‘galera’. Viver com quem não maltrate, não julgue. Achar os semelhantes. Ter seu primeiro beijo, seu primeiro tudo.
Ter o seu ‘alguém’.

Assumir compromisso, o ‘Não estar só’, vocês leram o post anterior? Então já não se está só, e há necessidade de tornar aquilo publico.
Primeiro temos que lidar com a família. Contar a eles de quem gostamos. Imagino que deve ser muito difícil para ambas as partes. Qualquer pessoa lúcida vai achar estranho ouvir do filho que ele é gay. Mas fazer o que?

Depois de lidar com a família, deve-se lidar com a sociedade.
Eles se consideram maduros, liberais, evoluídos... Desde que não mexam no calo deles. Tudo é bom e tudo pode, contanto que não seja dentro da minha casa, em minha família, na minha rua, no meu prédio, no meu trabalho.
Somos seres preconceituosos sim!!!!!
E qualquer um que não se encaixe no modelinho ‘perfeição’ é vitima do preconceito.

Nas conversas com minhas amigas, vejo a dificuldade pra assumir o relacionamento perante os outros, o fato de ter que se esconder pra não ser massacrado. Alguns acham que você ta doente, ta com o demônio no corpo, que precisa de uma bela ‘sessão descarrego’. É complicado!!!!

Não estou levantando bandeira de que a homossexualidade é coisa normal não. Tenho outros pontos de vista pra este assunto. Mas tenho a certeza de que Deus não castiga. São almas que se reencontram... Coisas de espírito. Se existir amor pra mim basta!!
Vemos tantos relacionamentos normais na maior ‘sacanagem’.

Para os que não têm coragem de dizer ao mundo: “Eu sou assim”, eu digo paciência. Deve ser difícil!! Cada um tem seu tempo de crescer e dizer quem é, e pra que veio afinal. E para os que sofrem com a situação do outro eu digo: compreensão e paciência.
No fim, tudo se resolve.

Saiu na revista Época, do dia 24 de dezembro de 2007 uma reportagem sobre um casamento evangélico e gay. É moçada, as coisas estão mudando e tem que mudar.
Todo mundo tem o direito de ser feliz.
A nossa constituição não permite o casamento no civil, mas qualquer união feita de amor já está mais que abençoada por Deus. O ato casar é costume nosso.
Mas vejam a revista. Eles fizeram convites, se vestiram de noivos, arrumaram os cabelos...
Desejo que a união dê certo!!

É, acho que por hoje é só. O relógio marca 1:27h, e eu tenho que dormir e acordar cedo.
Eu tenho uma desconfiança e uma leve tristeza dentro de mim por causa deste preconceito em relacionamentos. Eu já sofri e sofro.
Não brigo pois não devemos desprender energia com tanta raiva, com tanto ódio... mas fico triste por dentro de quando lembro das coisas que já aconteceram e acontecem comigo. É questão social, intelectual, nacional, de sexo, de cor....
Mas tenho certeza de que vai mudar.

O progresso acontece, não tem como evitar...


Lembrei de uma música agora:


"Porque eu gosto de meninos e meninas.."

2 comentários:

Anônimo disse...

"Acho que gosto de São Paulo
E gosto de São João
Gosto de São Francisco e São Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas"


Graaaaaande Renato Russo...
Amiga, fiquei emocionada com o seu post, acredita??
Abaixo ao preconceito... e RESPEITO. Respeito é fundamental, minha gente! Nunca faça a ninguém aquilo q não gostaria q fizessem a vc.

°A Dona° disse...

Gostou??

Eu acho que fiquei devendo...

Devo! Não nego
Pago quando puder!!!!